sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

“Respeitem Meus Cabelos, Brancos”



A música: “Respeitem Meus Cabelos, Brancos” do cantor e compositor paraibano Chico César, que através da sua música apresenta um discurso forte de fortalecimento da cultura visual e da identidade cultural dos negros. Ao utilizar uma vírgula para separar as palavras cabelo e branco no título da música, Chico Cesar recria uma expressão bastante conhecida no Brasil e demostra uma outra condução interpretativa a expressão, que remete a valorização da cultura afro no Brasil e da luta contra o racismo.
A música tem um “teor” de denuncia, com uma fala político-musical, apresentando atitudes de fortalecimento da identidade visual negra como “pixaim”, assumindo um discurso contra o racismo e de incentivo a atitudes por partes dos brancos em respeito a cultura negra.
"A construção da identidade negra está associada a usos específicos do corpo (negro), e isso a distingue da maioria das outras identidades étnicas. Por um lado, a aparência ‘negra’ e a exibição de gestualidade ‘negra’ têm sido associados a certos comportamentos, empregos e posições sociais. Por outro lado, a aparência física, o porte e os gestos também têm sido o meio pelo qual os negros, como população racializada, reconhecem a si mesmos e, na tentativa de reverter o estigma associado à negritude, tentam adquirir status e recuperar dignidade". (Sansone, 2007, p. 24).
Ao cantar sobre os cabelos, um elemento importante de diferença étnico-racial, o autor da canção apresenta os cabelos como um elemento de valorização da cultura negra, geralmente associado como cabelo "ruim", os cabelos dos negros é um componente que faz parte da estética e se apresenta como uma afirmação da identidade visual e comportamental como uma forma de resistência ao racismo.

Esse tipo de manifestação utilizando a música como discurso promove e preserva a identidade cultural resultante da influência da  raça negra na construção da sociedade brasileira, de maneira a incentivar e  potencializar a participação do negro no processo de desenvolvimento, a partir de sua história e sua cultura.

" A felicidade do negro é uma felicidade guerreira" 
Wally Salomão

Maria Amanda 

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