quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Construção da Identidade nacional brasileira




Durante a procura de textos sobre Identidade cultural, encontrei um texto muito interessante chamado Identidade Cultural, Identidade Nacional no Brasil, da socióloga Maria Isaura de Queiroz, e uma parte do texto que me chamou bastante atenção foi a importância de Mário de Andrade e Oswaldo de Andrade para a formação do conceito de identidade nacional que temos até hoje.
A concepção da identidade nacional no Brasil por muito tempo foi difusa, pois muitos intelectuais não acreditavam que uma disparidade de culturas e patrimônios culturais pudessem formar uma identidade forte e determinante. Mas na segunda década do século XX, uma concepção oposta a essa foi sendo pré-estabelecida por ideias consideradas revolucionarias na época. Ideias essas que foram divulgadas por jovens pensadores na chamada Semana de Arte Moderna de São Paulo, em 1922. Os dois nomes que surgiram nesse evento, e que ajudaram a “forjar” uma outra maneira de conceber o problema da identidade nacional, mesmo não sendo cientistas, ou estudantes da área, conseguiram promover uma reviravolta nas maneiras de ver o conceito.
Um dos nomes, Mário de Andrade (1893-1945), conseguiu definir a nossa identidade, nossa “brasilidade” – como ele mesmo gostava de chamar – principalmente em seu livro Macunaíma, onde construiu um herói que reúne ao mesmo tempo as qualidades africanas, aborígenes e europeias, todas semelhantes em valor. Ele com isso buscava demonstrar que a originalidade e a riqueza da cultura brasileira provem da multiplicidade de suas raízes e da mistura de elementos. Essa forma de abordar identidade brasileira era totalmente diferente do que se era afirmado na época. O outro grande nome foi o do escrito e ensaísta Oswald de Andrade (1890-1954). Ele, por sua vez, contribui para a aceitação nacional através da teoria da Antropofagia. Nela, Oswald explica como se opera a fusão dos elementos culturais diferentes, que são “forçados” a se misturar, garantindo originalidade e beleza à “nova cultura resultante”.
O que é mais interessante nisso tudo, é que o resultado do que os dois escritores fizeram, tem elementos que se interlaçam e se completam, e principalmente vão totalmente contra as teorias vigentes dos pesquisadores da época. Com a ideia dos dois, o novo conjunto de noções foram mudando aos poucos a velha maneira de pensar. Mas, claro, sempre existiram críticas desfavoráveis aos autores.



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