quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

O sujeito como produto social

Se a subjetividade for liberdade e se esta é absoluta, como afirma o existencialismo de Sartre, então só poderia haver um único sujeito livre no mundo. Todos os outros seriam objetos onde o sujeito iria exercer a sua liberdade. Na relação que o outro mantém comigo, a sua liberdade se afirma à medida que a minha se anula: o outro tende a me determinar fazendo de mim um objeto. Muitos estudos sobre comportamento trazem juntos assuntos relacionados à subjetividade e liberdade, como o behaviorismo de Skinner. Skinner sugere que devamos investigar em que condições a vida subjetiva privatizada se desenvolve.
    Segundo Skinner, as experiências subjetivas não são imediatas, são sempre construídas pela sociedade. Tomarmos os outros como objetivos para afirmarmos nossa liberdade e sermos tomados como objeto para a afirmação da liberdade dos outros fazem parte das interações sociais e constróem o nosso "eu". Para Skinner, a crença de que nossas ações têm motivos internos é a última das superstições. A crença de que nossa consciência é a causa determinante de nossas ações deveria ser tratada como um último preconceito ou ignorância para Skinner. Aquilo que aparentemente mais nos pertence não é nosso, é apenas um produto social.
    A falta de essência inicial proposta por Sartre sugere que o sujeito se constrói a partir das experiências de sua vida, ou seja, aprenderá com as suas relações sociais. Interiorizamos o que está fora de nós. O sujeito é uma contínua construção, sempre e ao mesmo tempo, dele e dos outros.

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